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sábado, 20 de outubro de 2018

Primeiro território chamado Brasil era uma ilha mágica e ficava na Europa

Alguns séculos antes do Brasil ser "descoberto" em 1500, uma ilha chamada de "Hy Brazil" ou Brasil reinava no imaginário popular dos europeus. Localizado no Atlântico Norte, entre a costa portuguesa e irlandesa, o território ganhou destaque em vários mapas cartográficos da Idade Média e ficou famoso por ser considerado mágico e se mover sozinho pelo oceano. Numa época que pessoas eram queimadas na fogueira acusadas de bruxaria fazia sentido existir uma ilha fantasma.

Quem apostou que esta ilha é o atual Brasil errou. Por mais que ainda tenha aparecido em alguns mapas elaborados após Pedro Álvares Cabral aportar em Porto Seguro, na Bahia, há quase uma unanimidade dos historiadores em afirmarem que são áreas diferentes e muito distantes. O mais antigo relato da ilha data de 1325, num mapa da Catalunha. Depois deste registro, ela aparece em mais de uma dezena de outros mapas cartográficos da época até o ano de 1624.
Por mais que as posições da ilha mágica variassem a cada mapa, em todos eles era representada no Atlântico Norte, próximo ao continente europeu. Só que havia uma região onde o território fantasma era visto com mais frequência pelos cartógrafos da época: o litoral irlandês. A maioria dos mapas apontavam que o território estava a noroeste do país insular, mas ele também foi mapeado na região de Açores, próxima a Portugal.
Até os dias atuais, a existência da ilha Brasil é um mistério. Atualmente, especula-se que a primeira aparição dela, em meados de 1300, tinha sido consequência de uma erupção próxima a costa irlandesa. Quando as embarcações com os cartógrafos passaram pelo local encontraram uma nova ilha vulcânica. O que não sabiam na época é que este tipo de formação pode desaparecer na mesma velocidade que surgiu. Outra característica dada a ilha que reforça esta tese é o registro de uma névoa intensa na região do território "Hy Brasil", que na realidade seria o vapor de água originado pelo choque da lava vulcânica com o oceano.
Por fim, o nome dado inicialmente à região, que significa avermelhado, é outra característica que fundamenta a tese de uma ilha vulcânica. Em gaélico irlandês, Brazil é breazáil e também era o nome dado ao cinábrio, um mineral de cor vermelha intensa usado desde o Império Romano como base de corante da mesma coloração. Inclusive, a termologia é a origem do nome da árvore Pau-Brasil.

Vários nomes

Nos mapas da época, a ilha mágica não tinha apenas os nomes de Breazáil ou Hy Brazil. A localidade também era conhecida como Brasil, Hy Breasil ou Ilha de São Brandão, numa referência ao paraíso, segundo as mitologias grega e gaélica. A existência da ilha nunca foi comprovada, mas mais de sete séculos após seus primeiros registros, Hy Brazil continua no imaginário popular como um paraíso perdido. 
Dennys Marcel

domingo, 16 de setembro de 2018

PERSONAGENS DA HISTÓRIA: O Carrasco

Na cultura popular, o carrasco é lembrado em muitas histórias e filmes, além de se tornar tema para fantasias no dia das bruxas dos países anglo-saxônicos ou em festas brasileiras.

Os carrascos brasileiros podem até tomar uma vodca vagabunda em festa adolescente, mas a figura do responsável por retirar a vida de condenados é parte da história da humanidade e ainda existe até os dias atuais em países que possuem a pena capital em seus códigos penais.

Estereotipados pela figura com capuz preto na cabeça, portando a ferramenta de matar nas mãos e uma insensibilidade cruel que virou até adjetivo quando usado figurativamente, o carrasco clássico – se é que podemos definir assim – esteve na cena mórbida até 1939. 

Na ocasião, perdeu a cabeça – literalmente - Eugen Weidmann, um criminoso francês morto na guilhotina. Apesar de seu carrasco não estar usando nenhum capuz durante a execução, foi nessa ocasião em que se encerraram os espetáculos de execuções públicas no ocidente.



Nos últimos anos a ideia de execução passou a contar não mais com a figura do carrasco como representante direto da força punitiva, mas com um número de especialistas capaz de cessar a vida e fazer cumprir a pena de forma menos dolorosa possível.

Se na contemporaneidade o carrasco deixa de lado o arquétipo medieval, tornando-se apenas o representante do Estado na execução da pena, puxando uma alavanca ou apertando o embolo da injeção letal, na Idade Média ele vai ter todas as características que popularmente atribuímos a ele.

O carrasco era o responsável, não apenas por matar, mas por punir fisicamente e arrancar confissões diversas. Um bom carrasco era aquele capaz de fazer o acusado confessar, infligindo lhe o máximo de dor, fazendo o sofrer, mas continuando vivo. É importante ressaltar que, na Inquisição, as torturas não tinham como função a morte do acusado, que seria feita depois, de maneira pública, mas sim arrancar confissões. Carrascos pouco habilidosos poderiam matar o acusado administrando um pouco mais de força em um equipamento de tortura, enquanto um bom carrasco administraria força adequada para causar sofrimento e garantir que o acusado confessasse até o que não fez.

Na execução por decapitação, até o advento, na França, da guilhotina na segunda metade do século XVIII, cabia ao carrasco habilidade suficiente para, com a espada ou machado, arrancar a cabeça em um golpe apenas. Um carrasco inábil ou uma lâmina pouco afiada poderiam transformar uma execução pública em um show de horrores, se é que seria possível piorar a exibição.

Nos enforcamentos, o algoz era o responsável por colocar o laço na cabeça do condenado, soltar o alçapão do cadafalso. Era função do carrasco, também, fazer o nó e garantir o uso de uma boa corda, com a medida exata para o sucesso da execução.

Em outras formas de execução, havia a utilização do público. Na roda, que consistia em uma roda de carroça raiada, o condenado era amarrado nela pelos carrascos, quebrando-se seus membros para garantir o melhor encaixe e depois deixado na rua para morrer, onde o público podia participar cuspindo e dizendo impropérios. Existem relatos de pessoas que sobreviveram por mais de três dias nesse suplício.

A gaiola, ou caixão, consistia em uma gaiola suspensa, onde o condenado era colocado pelo carrasco para morrer e ficava lá por dias, onde as pessoas também davam sua contribuição. 

Entre as punições aplicadas por carrasco, excetuando-se a pena de morte, estavam chicotadas ou açoites nas costas finalizadas com uma pitada de sal pressionada contra a ferida para aumentar a dor. Com a ajuda pública, o carrasco prendia na berlinda, uma espécie de tábua com buracos, e as pessoas podiam estapear, jogar objetos, cuspir e garantir a humilhação do condenado.

Odiados e temidos pela maior parte da população, esses trabalhadores – que é do nome dos carrascos romanos que surgiu a palavra trabalho (trepaliare) - usavam capuzes para se esconder durante a execução das penas e, popularmente, acreditava-se que suas almas eram amaldiçoadas. O último carrasco a realizar uma execução em Portugal, Luís Antônio Alves dos Santos (1806–1873), morreu de um ataque de asma e até hoje os moradores da região onde vivia acreditam ouvir os gritos do falecido algoz. 

FONTES CONSULTADAS:

https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/100449-descubra-como-foi-a-ultima-execucao-publica-por-meio-da-guilhotina.htm

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/civilizacoes/1939-a-ultima-execucao-publica-do-ocidente.phtml

https://pt.wikipedia.org/wiki/Roda_(pena_de_morte)

https://descobrirportugal.pt/patio-do-carrasco-local-morava-habitante-odiado-lisboa/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Roda_(pena_de_morte)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Trip%C3%A1lio

GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

READ, Piers Paul. Os Templários: A História dramática dos Templários, a mais poderosa Ordem Militar dos Cruzados. Rio de Janeiro: Imago, 2001.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Trad. Lígia M. Ponde Vassalo. Petrópolis: Vozes, 1987.


IMAGENS:

https://br.pinterest.com/pin/758926974676478134/?lp=true

http://www.bobleesays.com/2015/10/01/dan-kane-bravehearts-the-swoff-13-minutes-of-hell/braveheart-1995-movie-beheaded-ending-torture-william-wallace-axe-executioner-review-tower-of-london/

https://allthatsinteresting.com/medieval-torture-devices/2
 

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Medicina do passado: 4 tratamentos que podiam matar.



No passado os hábitos de higiene não eram os melhores. O mundo ainda estava aprendendo sobre a ligação entre limpeza e saúde até o início do século passado, e os tratamentos médicos não escapavam dessa “porqueira” do dia a dia.

Imagine que você vivesse em Londres na primeira metade do século XIX.  Se precisasse de uma cirurgia, para remover um tumor em alguma parte do corpo, sentiria dor enquanto te cortavam. Mas não se preocupe, você poderia tomar algumas talagadas de gim para amenizar o sofrimento. O médico poderia te operar em casa, se fosse mais rico, e chegando da rua para fazer a operação, começaria a te cortar sem sequer lavar as mãos. Se conseguisse não morrer após a cirurgia, de infecção ou perda de sangue, você estaria curado!

Essa situação hipotética do texto não era raridade. Os hospitais ingleses do século XIX eram muito evitados, pois doenças se espalhavam facilmente pelo local.

Mas e se vivesse na Europa Medieval? Uma dor de cabeça que não se curava com facilidade seria motivo para procurar um padre ou monge. Se não fosse diagnosticado com possessão demoníaca, o padre poderia te receitar alguma erva. Se não resolvesse, ele poderia abrir seu crânio para aliviar a pressão, a chamada trepanação.

Doença mental no século na primeira metade do século XX? Lobotomia, é claro! Nada melhor para curar um paciente agressivo do que enfiar um picador de gelo em seu crânio.

Deu pra perceber que muita coisa bizarra era feita no passado, não é? Separamos quatro tratamentos dolorosos, e em grande parte das vezes fatais, que foram muito usados na história.

Por Gilberto Júnior



#01 - A TREPANAÇÃO



O procedimento consistia em abrir um buraco no crânio do paciente, para aliviar a pressão e curar doenças. A crença na Idade Média era de que o procedimento ajudava a remover, também, os demônios que habitavam a cabeça do infeliz.



 #02 - AS SANGRIAS



No passado as pessoas acreditavam que excesso de sangue podia ser um causador de doenças. A prática de remover quantidades de sangue foi muito utilizada nos séculos XVIII e XIX. O ex-presidente dos EUA, George Washington, foi acometido por uma infecção de garganta e seus médicos receitaram a ele nada menos que três sangrias, retirando dele meio litro de sangue e é claro, ele morreu. 





 #03 - A LOBOTOMIA



Esse “procedimento médico” é, talvez, um dos mais tristes e bizarros da história da medicina. Um médico português ganhou o Prêmio Nobel de Medicina em 1949 por inventar um procedimento que acalmava pacientes acometidos por doenças psiquiátricas. A técnica consistia em introduzir um instrumento (inspirado em um picador de gelo) no lobo frontal do cérebro do paciente e destruir a parte responsável por emoções. Essa técnica tornava pacientes violentos em “samambaias”, sem nenhuma emoção. Até a década de 1950 ela podia ser feita sem restrições ao redor do mundo. Dá pra acreditar?











 #04 - AS AMPUTAÇÕES



Remover um membro não saudável é prática comum na medicina até os dias de hoje. Mas no passado, essa prática era feita m condições bem estranhas. A assepsia e anestesia não faziam parte dos procedimentos. Além de ter uma perna amputada sem anestesia e com um ambiente sujo e não esterilizado, o paciente corria o risco de morrer após a cirurgia, acometido de uma infecção.
 













FONTES:











 


Veja também:

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