" História, o melhor alimento para quem tem fome de conhecimento" PPDias

sábado, 31 de julho de 2010

Sociedades secretas: Maçonaria

Modelo de altar maçônico
A liberdade de pensamento e o racionalismo são princípios fundamentais da maçonaria, sociedade com adeptos em todo o mundo que em muitos países e diferentes épocas apoiaram as lutas pela independência e outros movimentos políticos progressistas, como a própria revolução francesa.
A maçonaria é uma instituição filosófica, filantrópica e evolucionista, que proclama a prevalência do espírito sobre a matéria e empenha-se no aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade. Proclama como princípios a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Reúne homens de crenças e opiniões diversas, mas não se identifica com nenhuma religião em particular. Em alguns ritos maçônicos, exige-se dos membros que professem a crença em Deus, embora algumas religiões proíbam seus fiéis de participarem da instituição.

Origem. As lojas maçônicas tiveram origem nas associações medievais dos pedreiros que construíam as catedrais. Esses pedreiros mantinham em segredo certos conhecimentos profissionais, e daí nasceu a crença nos "segredos maçônicos", que já a partir do século XVIII existiam apenas de maneira simbólica. Alguns de seus símbolos (martelo, colherão, avental etc.) ainda lembram a origem profissional da maçonaria, assim como a designação de Deus como Supremo Arquiteto do Universo. Os pedreiros medievais não se submetiam à autoridade dos bispos, e desse fato deriva a designação "pedreiros-livres" que se aplica aos membros da maçonaria.
A partir do século XVI, as associações de pedreiros-livres, na Inglaterra, passaram a admitir como membros honorários gente da nobreza, do clero anglicano, intelectuais e outros profissionais liberais, que logo chegaram a constituir a grande maioria dos membros. Em 1717 foi fundada a Grande Loja de Londres, modelo para as demais.

Ritos. A maçonaria é universal e internacional, mas as Grandes Lojas ou Orientes de cada país são independentes. Os ritos, que se formaram durante o século XVIII, também variam de um país para outro ou mesmo num mesmo país. Os membros do rito escocês, que domina as maçonarias inglesa, francesa e latino-americana, formam uma complexa sociedade com 33 graus de iniciação, que vão do aprendiz ao soberano-grande-inspetor-geral). Outros ritos são menos complicados e têm menor número de graus, como o rito de York, o rito francês, o rito prussiano etc. Toda loja tem, pelo menos, o venerável mestre, dois vigilantes, o orador, o secretário, o companheiro e o aprendiz.

Atuação política. No século XVIII, graças à ascensão da burguesia e à difusão das idéias iluministas, a maçonaria desenvolveu-se e adquiriu prestígio na Europa. Aliada aos movimentos liberais, procurou marcar sua presença efetiva nos grandes acontecimentos políticos. Na América Latina, desempenhou papel decisivo nas lutas da independência e, no século XIX, nas lutas dos liberais contra os conservadores clericais, sobretudo no México, Colômbia e Chile.
Na Itália, os maçons participaram do movimento de unificação nacional da península (Risorgimento). Na Suíça, a Grande Loja Alpina defende desde 1847 os cantões protestantes contra a oposição dos cantões católicos. Também na Bélgica e na Espanha do século XIX os maçons combateram a influência da igreja. Foi na França, porém, que a maçonaria conquistou grande força política e de lá se irradiou para os países latinos. Seu período áureo começou depois de 1870, na III República. Infiltrada em todos os partidos políticos de centro, de esquerda e até de direita, a maçonaria francesa dedicou-se a persistentes lutas contra a Igreja, com as quais conseguiu a abolição do ensino religioso nas escolas, o divórcio, a expulsão das ordens e congregações (1902) e a separação de estado e igreja (1905). Só após a primeira guerra mundial a influência da maçonaria francesa começou a declinar. Em Portugal, as lojas maçônicas difundiram o pensamento liberal, propagaram os princípios da revolução francesa e, como a maçonaria francesa, combateram as ordens religiosas e o clero.

Maçonaria no Brasil. Há evidências da presença de maçons no Brasil desde o final do século XVIII, país em que o movimento assumiu as mesmas posições libertadoras que manifestara nas demais colônias americanas. A ideologia da inconfidência mineira coincidiu, de modo geral, com a da maçonaria da época. Quando se iniciou o ciclo das conspirações nordestinas, a rede de sociedades secretas formou a base das comunicações entre os núcleos de intelectuais influenciados pelas novas idéias européias.
Selo comemorativo aos 150 anos
de morte de José Bonifácio,
nota-se os símbolos da
Maçonaria.
Nas lutas pela independência, a maçonaria passou a ser o centro mais ativo do trabalho e propaganda emancipadora. Sua missão libertadora continuou até a república. A maçonaria brasileira foi regida por mais de vinte constituições, a última das quais aprovada em 24 de junho de 1990. A federação, denominada Grande Oriente do Brasil, permanece como autoridade suprema da maçonaria simbólica (os três primeiros graus). Os demais graus estão sujeitos aos órgãos supremos dos diversos ritos, que devem permanecer em comunhão com o Grande Oriente.
Há, contudo, uma profunda distinção entre as lojas que seguem o Rito Escocês Antigo e Aceito, que enfatiza a existência de um Ser Supremo (o Supremo Arquiteto do Universo), com o primado do espírito sobre a matéria, e o rito francês moderno, de sete graus, professadamente laico e materialista. Além desses, há no Grande Oriente do Brasil os ritos York, Schroeder, adoniramita e brasileiro. Os membros dos ritos York, Schroeder e adoniramita reúnem-se em assembléias denominadas capítulos, enquanto as reuniões do rito brasileiro classificam-se hierarquicamente em capítulos, conselhos filosóficos, altos colégios e supremo conclave.


Os graus da maçonaria
Rito Escocês   Rito de York
33º grau - Soberano grão-inspetor geralOrdem dos Cavaleiros Templários
32º grau - Sublime príncipe do real segredo
31º grau - Grãos inspetor inquisidor comendador
30º grau - Cavaleiro kadosh
29º grau - Cavaleiro de Santo AndréOrdem dos Cavaleiros de Malta
28º grau - Cavaleiro do sol
27º grau - Comendador do templo
26º grau - Príncipe da mercê
25º grau - Cavaleiro da serpente de bronze
Ordem da Cruz Vermelha:
• Mestre superexcelente
• Mestre eleito
• Mestre real
24º grau - Príncipe do tabernáculo
23º grau - Chefe do tabernáculo
22º grau - Príncipe do Líbano
21º grau - Patriarca noaquita
20º grau - Mestre ad Vitam
19º grau - Grão-pontífice
18º grau - Cavaleiro Rosacruz
17º grau - Cavaleiro do Oriente e do OcidenteMaçom do real arco
16º grau - Príncipe de Jerusalém
15º grau - Cavaleiro do Oriente
14º grau - Grão-eleito perfeito e sublime
13º grau - Mestre do 9º arcoMui excelente mestre
12º grau - Grão-mestre arquiteto
11º grau - Cavaleiro eleito dos 12
10º grau - Mestre eleito dos 15
9º grau - Mestre eleitos dos 9Past master (Virtual)
8º grau - Intendente dos edifícios
7º grau - Preboste e juiz
6º grau - Secretário íntimo
5º grau - Mestre perfeitoMestre de Marca
4º grau - Mestre secreto
3º grau - Mestre maçomMestre maçom
2º grau - Companheiro de ofícioCompanheiro de ofício
1º grau - Aprendiz iniciado

Aprendiz iniciado

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Guerras entre Estados são cada vez mais raras no mundo, diz estudo

Desde 1945, maioria dos conflitos armados ocorre dentro dos países.

Série do G1 analisa guerras e confrontos atuais.

Giovana Sanchez Do G1, em São Paulo

Em 2009, o mundo presenciou um total de 365 conflitos políticos, entre os quais sete guerras e 24 crises severas. É o que diz um estudo do Instituto Heidelberg para Pesquisas em Conflitos Internacionais (HIIK), publicado anualmente. O número não é muito diferente do ano anterior, que registrou 353 confrontos, mas o que chama a atenção numa análise mais detalhada é a mudança na natureza das guerras nas últimas décadas.

Segundo a pesquisa, chamada ‘Conflitobarômetro’ [clique aqui para ler a íntegra, em inglês], hoje, é cada vez mais difícil a batalha direta entre duas nações. “Conflitos muito violentos entre Estados são extremamente raros. [...] Desde o declínio da União Soviética, seu número caiu severamente – nos últimos anos, apenas um ou até nenhum conflito entre estados é contabilizado por ano”, explicou em entrevista ao G1 uma das diretoras do Instituto, Lotta Mayers.
Baseado nesse estudo, o G1 publica a partir desta quinta-feira (29) uma série de reportagens analisando os principais conflitos armados no mundo. A primeira é sobre a guerra do Afeganistão.
Para Kristine Eck, professora da Universidade Uppsala, na Suécia, todo o período pós-Segunda Guerra foi marcado por um número maior de conflitos internos do que de guerras entre Estados. "Mas deve-se levar em conta também que, apesar de as nações estarem menos inclinadas a lutarem diretamente entre si, elas geralmente fornecem apoio a grupos rebeldes, como um tipo de 'guerra proxy' [guerra por procuração], provendo apoio com armamentos, treinamento ou ajuda financeira. Esse tipo de ajuda é recebida em 75% de todos conflitos internos."
Além disso, o modo como os confrontos terminam também tem mudado. Antes da Guerra Fria, segundo a professora Eck, a maioria das guerras terminava com uma vitória militar de lado e destruição do outro. "Hoje, essa é a maneira mais improvável de acabar um confronto. Os conflitos terminam de um jeito diferente agora: é mais provável que eles acabem com um cessar-fogo, um acordo de paz, ou outro motivo, como mudança de liderança ou de estratégia."
Outra mudança apontada por Eck é a diminuição de mortes nos conflitos atuais, tendência que pode ser vista desde 1980. Segundo ela, isso pode ser explicado pois desde o fim da Guerra Fria o apoio armamentista e financeiro vindo de países para grupos rebeldes é bem menor. "Os partidos guerreiros não têm o mesmo acesso a armas, tecnologia e dinheiro que eles tinham há 30 anos."

Fluxo contínuo
Nos anos de 1980 a 1990 houve um crescimento mais ou menos contínuo no número de conflitos violentos até que se atingiu um pico em 1992, com 52 conflitos altamente violentos. “Isso ocorreu por causa do declínio da União Soviética”, explica Lotta Mayers. "Depois disso, o número diminuiu muito até 1995, mas voltou a crescer em 2004. Os últimos cinco anos foram marcados por uma oscilação entre uma média de 30 a 40 conflitos muito violentos."
Policial da polícia de fronteira afegã mostra armamento em Kunar, dezembro de 2009

Policial da polícia de fronteira afegã mostra armamento em Kunar, dezembro de 2009 (Foto: Tauseef Mustafa/AFP)

Metodologia
O HIIK diferencia três categorias de conflitos violentos: crise, crise grave e guerra. Crises são caracterizadas por uso esporádico da violência, ao passo que crises severas e guerras seriam uma resposta organizada com uso de violência sistêmica durante um longo período de tempo, causando intensa destruição. Crises severas e guerras, na metodologia do Instituto, podem ser agrupadas na categoria ‘conflitos muito violentos’.

Fonte: www.g1.com.br

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Aprenda brincando

Jogue e aprenda um pouco mais sobre as diferenças entre Reino Unido, Grã-Bretanha e Inglaterra.
Saiba também sobre a comunidade britânica.


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Religiões: Espiritismo (Doutrina)


A crença na sobrevivência do espírito após a morte do corpo físico e o princípio da reencarnação são as bases da doutrina conhecida como espiritismo, movimento religioso que surgiu na França e se expandiu pelo mundo, notadamente no Brasil.
O espiritismo como doutrina surgiu a partir da publicação, na França, de Le Livre des esprits (1857; O livro dos espíritos), de Allan Kardec, pseudônimo do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail. Considerado a obra básica do espiritismo, o livro de Kardec codificava a doutrina espírita, que se resume em cinco pontos: (1) existência de Deus, como inteligência cósmica responsável pela criação e manutenção do universo; (2) existência da alma ou espírito, envolvido pelo perispírito, que conserva a memória mesmo após a morte e assegura a identidade individual de cada pessoa; (3) lei da reencarnação, pela qual todas as criaturas retornam à vida terrena e vão, sucessivamente, evoluindo no plano intelectual e moral, enquanto expiam os erros do passado; (4) lei da pluralidade dos mundos, isto é, da existência de vários planos habitados, que oferecem um âmbito universal para a evolução do espírito; (5) lei do carma ou da causalidade moral, pela qual se interligam as vidas sucessivas do espírito, dando-lhe destino condizente com os atos praticados.
A doutrina espírita não tem altares, cultos, sacerdotes ou rituais e não combate as outras religiões. Afirma que todos serão salvos, embora uns o sejam antes de outros, de acordo com a evolução do espírito nas sucessivas encarnações. Seus preceitos morais pregam o amor ao próximo e a Deus, a caridade e o progresso contínuo do espírito humano.
As manifestações extra-sensoriais ou de paranormalidade estão intimamente associadas ao espiritismo. A referência mais antiga encontra-se no Velho Testamento, com o relato da visita de Saul à pitonisa ou médium de Endor, que materializou a presença do profeta Samuel (I Sam 28:7-19).
O fenômeno que determinou o surgimento do espiritismo moderno ocorreu em 1848, na pequena cidade de Hydesville, no estado americano de Nova York. Na casa da família metodista de John D. Fox, ouviam-se com freqüência fortes pancadas nas paredes e no teto do quarto das meninas Katherine e Margaretha. A primeira, aos nove anos de idade, resolveu desafiar o invisível a reproduzir as pancadas que ela mesma daria. A prontidão das respostas - vindas do espírito de um homem que teria sido assassinado naquela casa - marcou o início da comunicação com os mortos. Foi nessa época que proliferaram, a princípio nos elegantes salões europeus, as chamadas mesas falantes ou giratórias.
Muitos cientistas pesquisaram e reconheceram a autenticidade dos fenômenos espíritas. Na Inglaterra, os mais importantes foram Frederick William Henry Myers, fundador da Sociedade para a Pesquisa Psíquica; os físicos William Crookes e Oliver Lodge e o biólogo Alfred Russell Wallace. Na França, além de Kardec, destacaram-se Camille Flammarion e o fisiólogo Charles Richet; na Itália, o criminólogo Cesare Lombroso e o astrônomo Giovanni Schiaparelli; na Alemanha, o astrofísico Karl Friedrich Zöllner e o médico Albert von Schrenck-Notzing.
A mediunidade é um fenômeno importantíssimo, dentro do espiritismo. É uma faculdade por meio da qual o médium - pessoa dotada de elevada capacidade de percepção extra-sensorial - manifesta os mais diversos dotes, como vidência, clarividência, clariaudiência, levitação, telecinesia (movimentação e/ou transporte de objetos), psicografia, emissão de ectoplasma, curas e outros.

Espiritismo no Brasil. O Brasil é considerado o maior país espírita do mundo. Denominado kardecismo em homenagem a seu codificador, o espiritismo no Brasil começou em Salvador BA em 1865. A partir de 1877, foram fundadas as primeiras comunidades espíritas, como a Congregação Anjo Ismael, o Grupo Espírita Caridade e o Grupo Espírita Fraternidade. Em 1883, surgiu O Reformador, a mais antiga publicação espírita do Brasil, e no ano seguinte Augusto Elias da Silva fundou a Federação Espírita Brasileira, que adquiriu grande projeção na gestão de Adolfo Bezerra de Meneses Cavalcante, a partir de 1895. A Livraria da Federação, criada em 1897, é responsável pela edição, distribuição e divulgação da vasta literatura espírita. Ao lado da difusão da doutrina, as organizações espíritas brasileiras realizam um amplo trabalho de assistência social e fraternidade humana, com manutenção de asilos e outras instituições.
Dentre os principais médiuns brasileiros destaca-se sobretudo a figura de Francisco Cândido Xavier, autor de centenas de obras psicografadas e realizador de um intenso trabalho espiritual. Além dele, ganhou notoriedade José Pedro de Freitas, o Zé Arigó, que efetivava curas e cirurgias pela incorporação do espírito do médico alemão conhecido como Dr. Fritz. Outro grande divulgador da doutrina é Divaldo Pereira Franco.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Lula cria universidade e sanciona Estatuto da Igualdade Racial

Documento estimula políticas afirmativas para a raça negra.
Universidade Luso-Afro-Brasileira é a 14ª federal do governo Lula.

Robson Bonin Do G1, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta terça-feira (20), sem vetos, o projeto de lei que cria o Estatuto da Igualdade Racial, que tem por objetivo promover políticas públicas de igualdade de oportunidades e combate à discriminação.


Durante a cerimônia realizada no Palácio do Itamaraty, o governo também anunciou a criação da Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab), a 14ª instituição federal criada na gestão de Lula.

O Estatuto da Igualdade Racial foi aprovado no Senado no dia 16 de junho. Na votação, os senadores retiraram do texto os pontos que previam a criação de cotas para negros em diferentes atividades, como universidades, empresas e candidaturas políticas. No caso das empresas, a cota se daria por meio de incentivos fiscais.

O documento define o que é discriminação racial, desigualdade racial e população negra. Segundo o documento, discriminação racial "é a distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em etnia, descendência ou origem nacional". Desigualdade racial é definida como "todas as situações injustificadas de diferenciação de acesso e oportunidades em virtude de etnia, descendência ou origem nacional. Já o termo população negra é o "conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas".

Na área da educação, o estatuto torna obrigatório o ensino de história geral da África e da população negra do Brasil nas escolas de ensino fundamental e médio, públicas e privadas. Ele prevê ainda o incentivo de atividades produtivas rurais para a população negra, proíbe empresas de exigir aspectos próprios de etnia para vagas de emprego e reconhece a capoeira como esporte, permitindo que o governo destine recursos para a prática.

Já na questão religiosa, o estatuto reitera o livre exercício dos cultos religiosos de origem africana e libera assistência religiosa aos seguidores em hospitais. No mundo virtual, além de multa para quem praticar crime de racismo na internet, o documento prevê a interdição da página de internet que exibir irregularidades.

O estatuto também garante às comunidades quilombolas direitos de preservar costumes sob a proteção do Estado e prevê linhas especiais de financiamento público para essas comunidades. O poder público terá de criar ouvidorias permanentes em defesa da igualdade racial para acompanhar a implementação das medidas. O documento também estabelece que o Estado adote medidas para coibir a violência policial contra a população negra.

Fugindo da rotina...

Exposição Agropecuária e Industrial de Carangola - MG.

Forró Completa 60 anos


Luiz Gonzaga foi o primeiro músico a gravar um forróCom a sanfona no peito, Luiz Gonzaga traduziu a alma nordestina. O artista que se tornaria o “Rei do Baião” fez história na música brasileira. Há 60 anos, ele gravou o Forró de Mane Zito, a primeira música a ser batizada de forró.

Foi a partir deste disco, de 1950, que começou a popularização do forró. Naquela época, forró era sinônimo de “baile popular”, o chamado “forrobodó”.
“Hoje em dia, você pode chamar de forró uma festa ou o ritmo forró. Porque a partir de Luiz Gonzaga foi criado um ritmo forró”, diz o pesquisador Paulo Wanderley.
Na matriz dos ritmos nordestinos está a sanfona de oito baixos. Foi com ela que tudo começou. Os ritmos apressados, que embalam uma gente festeira por natureza surgiram na pequena caixa de fazer música.
Mas não se engane: a pequenininha é muito mais difícil de tocar, e, por isso, poucos sanfoneiros se atrevem a manter o legado dos grandes mestres.
À primeira vista, o que chama a atenção na caixa de madeira, fole e botões é a ausência do teclado. São os botões que funcionam como teclas. E outra curiosidade é que, no Nordeste, a sanfona de oito baixos ganhou uma afinação única no mundo, um sotaque nordestino.
“É um instrumento, sem dúvida nenhuma, muito difícil de se aprender a tocar. Abrindo é um tom, fechando é outro. É um instrumento que não obedece escala musical”, explica o sanfoneiro Luizinho Calixto.

Luiz Gonzaga compôs cerca de 700 músicas e fez questão de escolher o herdeiro que levaria adiante o gênero onde cabem todos os ritmos nordestinos. Dominguinhos não esquece o dia em que recebeu o reconhecimento: “Eu estava gravando forró no estúdio com ele e ele me apresentou, nesse dia, à imprensa, como o herdeiro artístico dele. Eu tinha 16 anos”, lembra.

Fonte: G1

História do Forró


Forró é uma festa popular brasileira, de origem nordestina e é a dança praticada nessas festas, conhecida também por arrasta-pé, bate-chinela, fobó, forrobodó. No forró, vários ritmos musicais daquela região, como baião, a quadrilha, o xaxado, que tem influências holandesas e o xote, que veio de Portugal, são tocados, tradicionalmente, por trios, compostos de um sanfoneiro  (tocador de acordeon—que no forró é tradicionalmente a sanfona de oito baixos), um zabumbeiro e um tocador de triângulo.

O forró possui semelhanças com o toré e o arrastar dos pés dos índios, com os ritmos binários portugueses e holandeses, porque são ritmos de origem européia a Chula, denominada pelos nordestinos de simplesmente "Forró", xote("Xotis"), o termo correto, e variedades de Polkas européias que são chamadas pelos nordestinos de arrasta-pé e ou quadrilhas. Além do jeito europeu de dançar, essas danças adquiriram também o balançar dos quadris dos africanos. A dança do forró tem influência direta das danças de salão européias, como evidencia nossa história de colonização e invasões européias.

Conhecido e praticado em todo o Brasil, o forró é especialmente popular nas cidades brasileiras de Campina Grande, Caruaru, Gravatá, Mossoró, e Juazeiro do Norte, onde é símbolo da Festa de São João, e nas capitais Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Maceió, Recife, São Luís e Teresina, onde são promovidas grandes festas.

Origem do nome

O termo "forró", segundo o folclorista potiguar Luís da Câmara Cascudo, estudioso de manifestações culturais populares, vem da palavra "forrobodó", de origem bantu (Tronco linguístico africano, que influenciou o idioma brasileiro, sendo base cultural de identidade no brasil escravista), que significa: arrasta-pé, farra, confusão, desordem.

A Versão mais verossímil, apoiada pelo próprio historiador Câmara Cascudo, é a de que Forró é derivado do termo africano forrobodó e era uma festa que foi transformada em gênero musical, tal seu fascínio sobre as pessoas.

Na etimologia popular (ou pseudoetimologia) é freqüente associar a origem da palavra "forró" à expressão da língua inglesa for all (para todos). Para essa versão foi construída uma engenhosa história: no início do século XX, os engenheiros britânicos, instalados em Pernambuco para construir a ferrovia Great Western, promoviam bailes abertos ao público, ou seja for all. Assim, o termo passaria a ser pronunciado "forró" pelos nordestinos. Outra versão da mesma história substitui os ingleses pelos estadunidenses e Pernambuco por Natal do período da Segunda Guerra Mundial, quando uma base militar dos Estados Unidos foi instalada nessa cidade.

Apesar da versão bem-humorada, não há nenhuma sustentação para tal etimologia do termo, pois em 1937, cinco anos antes da instalação da referida base, a palavra "forró" já se encontrava registrada na história musical na gravação fonográfica de “Forró na roça”, canção composta por Manuel Queirós e Xerém.

No idioma húngaro, Forró significa "Quente". Não se tem variação da palavra no idioma húngaro, o termo Forró é igualmente escrito (com acento) como no português.

Antes disso, em 1912, Chiquinha Gonzaga compôs Forrobodó, que ela classificou como uma peça burlesca e que lhe valeu, algum tempo depois, em 1915, o Prêmio Mambembe, sendo Mambembe também de origem banto, significando medíocre, de má qualidade.

Histórico

Os bailes populares eram conhecidos em Pernambuco por "forrobodó" ou "forrobodança" (nomes dos quais deriva "forró") já em fins do século XIX.
O forró tornou-se um fenômeno pop em princípios da década de 1950. Em 1949, Luiz Gonzaga gravou "Forró de Mané Vito", de sua autoria em parceria com Zé Dantas e em 1958, "Forró no escuro".
No entanto, o forró popularizou-se em todo o Brasil com a intensa imigração dos nordestinos para outras regiões do país, especialmente, para as capitais: Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
Nos anos 1970, surgiram, nessas e noutras cidades brasileiras, "casas de forró". Artistas nordestinos que já faziam sucesso tornaram-se consagrados (Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nordestino, Genival Lacerda) e outros surgiram.Depois de um período de desinteresse na década de 1980, o forró ganhou novo fôlego da década de 1990 em diante, com o surgimento e sucesso de novos trios e artistas de forró.

Fonte: Wikipédia

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Brasil X Argentina

Bacia de pólvora
Rivalidades entre brasileiros e argentinos não são de hoje. No século XIX, as disputas entre os dois países levaram a um conflito armado na região do Rio da Prata
Francisco Doratioto
Monte Caseros, 3 de fevereiro de 1852. A trinta quilômetros da capital, Buenos Aires, 24 mil soldados comandados pelo ditador argentino Juan Manuel de Rosas (1793-1877) enfrentam um Exército aliado formado por tropas do Brasil, do Uruguai e das províncias argentinas de Entre Ríos e Corrientes. Depois de sete horas de luta intensa, os homens de Rosas são debelados, com um saldo de 1.500 mortos. Derrotado, o ditador pede asilo ao governo inglês. Era o lance final de uma série de disputas que se arrastavam na região do Rio da Prata – Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai –  havia mais de vinte anos, desde que o estancieiro Rosas assumira o poder na província de Buenos Aires, em 1829.

Líder dos produtores de charque para exportação, em pouco tempo Rosas organizou a Confederação Argentina (que em 1862 deu lugar à República Argentina), recebendo delegação das demais províncias para representá-las externamente. Na prática, tornando-se o único governante. Sob a aparente autonomia provincial, vivia-se uma verdadeira ditadura. Para assegurar o poder, ele incentivava conflitos entre as províncias; dava subsídios às regiões que o apoiavam e utilizava a força contra os rebeldes. No plano econômico, garantiu o monopólio de comerciantes e financistas da capital nas negociações externas ao fechar o Rio Paraná, um dos afluentes do estuário do Rio da Prata, à navegação de barcos mercantes estrangeiros.

Mas o ditador era incansável. Para consolidar a Confederação, fez uma intervenção no Uruguai, já que o porto de Montevidéu concorria com o de Buenos Aires. Durante a guerra civil que se abriu em território uruguaio (1839-1851), Rosas deu apoio militar à facção blanca, liderada por Manuel Oribe (1792-1857), representante dos proprietários de terras. Já seus adversários, os colorados, seguiam Fructuoso Rivera (1784-1854) e contavam com a adesão dos comerciantes e das potências européias.

As reações não demoraram a aparecer. Em 1843, Rosas teve que conter uma sublevação na província de Corrientes. Na mesma época, sofreu ameaça de intervenção por parte da França e da Inglaterra, que exigiam a retirada das tropas argentinas do país vizinho. Procurando conter os ânimos, Rosas propôs ao governo brasileiro uma aliança contra Rivera. Até então, o Império do Brasil – desestabilizado pelas lutas internas da Regência (1831-1840) – havia se mantido neutro. Mas agora a história era outra. Juntando-se ao ditador argentino, segundo parlamentares brasileiros, seria possível pôr fim à revolta no sul. O líder dos colorados uruguaios era aliado dos farroupilhas do Rio Grande do Sul, que tinham se separado do Império e proclamado uma república. Além disso, o Brasil precisava assumir uma posição frente às disputas orientais. Diante de tantas pressões, o governo aceitou a proposta.

Só não contava com a mudança de planos de Rosas. O tratado entre os dois países fora assinado no Rio de Janeiro, em 24 de março de 1843, e depois enviado a Buenos Aires. Mas, para surpresa do Império brasileiro, o argentino recusou-se a ratificá-lo, com o pretexto de que o Uruguai não era definido como um Estado soberano nem Oribe era reconhecido como presidente do país. Desde o início, a idéia de Rosas era colocar o líder da facção blanca como representante máximo uruguaio, o que facilitaria a incorporação do país à Confederação Argentina. Para completar, a ameaça anglo-francesa já fora afastada, os opositores internos, debelados, e Montevidéu mantinha-se solidamente sitiada pelos blancos. Rosas já não tinha motivos para se unir ao Brasil.

A saída para a diplomacia brasileira foi buscar o isolamento de Buenos Aires. Em 1844, o visconde de Abrantes, em missão na Europa, tentou negociar uma ação coletiva para pacificar o Rio da Prata, juntando Brasil, Inglaterra e França. Os países europeus até decidiram agir contra o ditador da Confederação, mas dispensaram a participação brasileira, alegando que não queriam criar complicações diplomáticas. Em 26 de novembro de 1845, uma esquadra anglo-francesa bloqueou o porto da capital argentina e ocupou a ilha de Martín Garcia, ponto estratégico para a navegação no Prata. Em dois meses a vitória foi garantida, e os europeus finalmente atravessaram as águas dos rios Paraná e Paraguai para vender mercadorias. Mas, para sua decepção, só encontraram sociedades agrárias atrasadas, com baixo poder aquisitivo, que praticamente nada compraram. Não tinham mais motivos para hostilizar Rosas. Pelo contrário. O autoritarismo do argentino poderia ser, afinal, elemento de estabilidade política regional e útil ao comércio.

Sem o apoio dos países europeus, restava ao Império do Brasil garantir sua unidade interna. Só assim conseguiria fazer frente ao governo forte da Confederação. Um passo decisivo foi dado em 1º de março de 1845, quando o marquês de Caxias, novo comandante das forças legalistas do Rio Grande do Sul, assinou a paz que pôs fim à Farroupilha e anistiou os revoltosos, incorporando-os às forças imperiais. Mas ainda era preciso evitar que novos movimentos rebeldes surgissem na região. Por isso, acabar com a ditadura argentina tornou-se uma necessidade para o Estado monárquico brasileiro. Afastando o único poder rival que minava sua influência no Rio da Prata, anulava a possibilidade de ajuda externa a novos revoltosos. Também impedia que os vizinhos Paraguai e Uruguai fossem incorporados por Rosas. Se os rios Paraná e Paraguai virassem argentinos nas duas margens, sua livre navegação certamente ficaria bloqueada. E percorrer os rios da bacia do Prata sem restrições era essencial para o Império ter acesso fluvial à distante província de Mato Grosso, praticamente isolada por terra do restante do Brasil. 

No final da década de 1840, uma nova política para o Rio da Prata foi montada pelo novo ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro, Paulino José Soares de Souza, futuro visconde do Uruguai. Ele tinha certeza de que Rosas logo iria se impor à oposição interna argentina, e em seguida anexaria o Paraguai à Confederação. Neste caso, o Império brasileiro ficaria isolado. Para impedir esse revés, apoiou financeiramente os colorados, que só controlavam Montevidéu. Porém, para evitar que sua participação ficasse explícita, recorreu ao banqueiro Irineu Evangelista de Sousa, futuro barão de Mauá. De portas fechadas, foi assinado um acordo no Rio de Janeiro, em 6 de dezembro de 1850, assegurando ao governo colorado empréstimos mensais de 18 mil pesos até agosto do ano seguinte.

Mas as tensões entre os dois países só aumentavam. Rosas rompeu relações diplomáticas com o Brasil, que se preparou para intervir no Uruguai e na Confederação. A situação se agravou ainda mais quando o ditador tentou ampliar o controle sobre as províncias do litoral fluvial, já fartas do monopólio comercial exercido pelo porto de Buenos Aires. Em reação, o governador de Entre Ríos, Justo José Urquiza (1801-1870), se uniu ao Império brasileiro em janeiro de 1851. Quatro meses depois, o governo de Montevidéu juntou-se a eles, e começou a ser preparada uma ofensiva com o objetivo de manter a independência e pacificar o Uruguai. Não demorou para que as forças de Urquiza entrassem em território uruguaio. Rosas reagiu declarando guerra ao Brasil em 18 de agosto. Em dois meses as forças de Oribe rendiam-se ao governador de Entre Ríos.

Mesmo assim, a guerra a Rosas não cessava. Um novo tratado de aliança entre o Império brasileiro, o governo uruguaio e as províncias de Entre Ríos e Corrientes foi assinado em novembro. Pelo acordo, os líderes provinciais argentinos comprometiam-se a convencer o sucessor de Rosas a liberar a navegação pelo Rio Paraná e por outros afluentes do Prata. O Rio de Janeiro financiaria a luta, entregando a Urquiza, durante quatro meses, 100 mil patacões mensais (com juros de 6% ao ano). Além disso, forneceria todo o material de guerra que fosse solicitado. Comandado por Urquiza, o Exército aliado contava com uns 20 mil homens, aos quais se juntaram 1.800 uruguaios e 4.020 brasileiros, liderados pelo general Manoel Marques de Souza. Se fosse necessário, outros 16 mil soldados – de prontidão em Sacramento, no Uruguai – atacariam Buenos Aires. Nem foi preciso. Bem perto da capital, os aliados selaram sua vitória na batalha de Monte Caseros. Com Rosas refugiado na Inglaterra, desaparecia o maior obstáculo ao Império brasileiro no Rio da Prata.
   
Francisco Doratioto é professor do Departamento de História da Universidade de Brasília e autor de General Osório: a espada liberal do Império. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

Saiba Mais - Bibliografia:

BANDEIRA, Luiz Alberto Moniz. O expansionismo brasileiro e a formação dos Estados na bacia do Prata.  Rio de Janeiro: Revan, 1998.

CISNEROS, Andrés; ESCUDÉ, Carlos. Historia general de las relaciones exteriores de la República Argentina. Buenos Aires: CARI ∕ Grupo Editor Latinoamericano, 1998, t. IV. 

GANNS, Cláudio. Visconde de Mauá; autobiografia. Rio de Janeiro: Topbooks, 1998.

Guerra da Cisplatina(1825 - 1829)

A Guerra da Cisplatina ou Campanha da Cisplatina foi um conflito ocorrido entre Brasil e Argentina no período de 1825 e 1828 pela posse da atual República Oriental do Uruguai.

Antecedentes: O termo cisplatina indica a região denominada Banda Oriental do Rio da Prata, que hoje constitui o Uruguai, e que desde os tempos do Tratado de Madri, vinha sendo disputada, primeiramente, por espanhóis e portugueses, e depois, por argentinos e brasileiros.
Território argentino até 1821, ele é incorporado ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves por Dom João VI com o nome de Província Cisplatina. A anexação é justificada pelos direitos hereditários que sua esposa, a Princesa Carlota Joaquina, teria sob a região. Após a conquista do território em 1816 pelo general português Carlos Frederico Lecor, comandante dos Voluntários do Principe Regente, é desenvolvida uma inteligente política de ocupação, com as Escolas Mútuas do Método Lancaster e o apoio das elites Orientais. Localizado na entrada do estuário do Rio da Prata, a Banda Oriental é estratégica, já que quem a controla tem grande domínio sobre a navegação em todo o rio.
O Conflito: Com pretenções de anexar a Banda Oriental ou Cisplatina (antigos nomes do Uruguai) a Confederação das Províncias Unidas do Prata, a Confederação Argentina incentiva os patriotas uruguaios, liderados por Juan Antonio Lavalleja por meio de apoio político e suprimentos a se levantarem contra a dominação brasileira na região.
Os trinta e três patrícios do caudilho uruguaio Lavalleja desembarcaram
Os trinta e três patrícios do caudilho uruguaio Lavalleja desembarcaram 
em Agraciada e proclamaram a independência da Cisplatina


O conflito se originou em 1825, quando líderes separatistas uruguaios, como Fructuoso Rivera e Lavalleja, proclamaram a independência da região. Lavalleja desembarcou na Cisplatina com sua tropa e com o apoio da população declarou a incorporação da Banda Oriental do Uruguai às Províncias Unidas do Rio da Prata, atual Argentina. A resposta do governo imperial do Brasil foi a declaração de guerra à Argentina.
Um exército argentino atravessou o rio da Prata, fazendo sua base em Durazno, e o movimento iniciou-se com a invasão do território brasileiro pelo general Carlos María de Alvear (1826). O visconde de Barbacena, comandando as tropas imperiais, chocou-se com os argentinos na batalha de Ituzaingó.
O imperador Dom Pedro I envia esquadra naval para bloquear o estuário do rio da Prata, assim como os portos de Buenos Aires. A Argentina revida, atacando o litoral gaúcho. Contudo, a pressão naval brasileira consegue, com o tempo, estrangular o comércio argentino.
Dom Pedro I inicia a ofensiva terrestre a partir do final de 1826, por meio da reunião de tropas no sul do Brasil. Suas tropas são formadas, em sua maioria, por voluntários e por algumas unidades de mercenários europeus.
A dificuldade de D. Pedro I em reunir forças para o combate se deve em grande parte ao fato de seu governo estar enfrentando na mesma época várias rebeliões populares e levantes militares nas províncias do recém-independente Brasil (inclusive na capital Rio de Janeiro )
A falta de tropas atrasa em muito a capacidade de responder ao apoio de Buenos Aires ao levante no sul (por volta de 1826 o apoio argentino não é mais somente político e logístico, já há convocação de tropas para lutar contra o império).
A guerra é marcada por diversos pequenos encontros e escaramuças de grupos armados de ambos os lados. estes encontros em nada contribuíram para o impasse político e militar.
Somente as batalhas de Sarandi e Passo do Rosário foram encontros militares de maior vulto. Em ambos, o exército imperial foi derrotado. Contudo, graças a falta de recursos humanos e logísticos de Argentina e Uruguai para explorarem estas vitórias, elas foram de pouco proveito.
Embarque, no Rio de Janeiro, de tropas com destino à Província Cisplatina:
Embarque, no Rio de Janeiro, de tropas com destino à Província Cisplatina:
esforço inaudito para manter-se às margens do Prata.


A guerra prosseguiu, por terra e mar, com vantagem para as forças imperiais, que derrotaram as forças republicanas na batalha decisiva de Monte Santiago (1827).
Na primeira metade do ano seguinte, dado o impasse em terra, o bloqueio naval brasileiro, os altos custos para os belingerantes da continuação da guerra, a pressão britânica para que um acordo fosse firmado, além da precariedade militar e política dos países beligerantes,  a paz começou a ser negociada, com a mediação da França e da Grã-Bretanha. O Império do Brasil e a República das Províncias Unidas do Rio da Prata, por uma convenção preliminar de paz, assinada no Rio de Janeiro, renunciaram às suas conquistas e reconheceram como Estado independente a Banda Oriental do Uruguai, que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.

A Derrota: A perda da Cisplatina foi mais um motivo para o crescimento da insatisfação com o governo de Dom Pedro I. Na realidade, a guerra era impopular desde o início, pois para muitos brasileiros representava aumento de impostos para o financiamento de mais uma guerra. Quando o Brasil assinou o acordo pela independência da região, muitos utilizaram isto como argumento para tornar ainda mais impopular o governo, alegando que o imperador havia depauperado os cofres públicos e sacrificado a população por uma causa perdida. Entretanto, a Guerra da Cisplatina não foi o motivo da abdicação do imperador em 1831. Ela se insere dentro de outros que concorreram para sua queda; entre eles, sem dúvida, seu estilo centralizador de governar foi o principal.

Fonte: pt.wikipedia.org

sábado, 17 de julho de 2010

A queda do Muro de Berlim

Marco da Guerra Fria caiu em 9 de novembro de 1989

Carlos Ferreira
Da Redação
Símbolo maior da Guerra Fria, o Muro de Berlim foi construído em 1961 e dividiu por 28 anos a Alemanha em dois blocos: a República Democrática da Alemanha - que seguia o regime socialista liderado pela União Soviética - e a República Federal da Alemanha -conduzida sob o regime capitalista. Depois da derrocada dos regimes socialistas, ele foi derrubado em 9 de novembro de 1989.

Porém, para entender a divisão do território, é preciso voltar no tempo, mais precisamente até o final da 
Segunda Guerra Mundial (1945), quando o país foi dividido pela Conferência de Potsdam em quatro zonas comandadas por soviéticos, franceses, britânicos e norte-americanos, vencedores da guerra. Apagar as marcas do nazismo e empreender um processo de reconstrução era o objetivo maior desses países aliados.

Contudo, a chegada dos recursos do Plano Marshall em 1947 - concebido pelo general 
George Marshall, então secretário de Estado dos EUA, para ajudar na reconstrução da Europa devastada pela guerra- fez com que a União Soviética se recusasse a participar do programa de recuperação, temendo que os dólares pudessem colocar em risco a hegemonia de Moscou no leste.

O então líder da União Soviética, 
Josef Stálin, reagiu à reforma monetária e à implantação da nova moeda na Alemanha, o marco alemão, ordenando o bloqueio do setor ocidental de Berlim, que estava controlado pelos defensores do capitalismo.

Convencido de que a interdição do acesso a Berlim ocidental forçaria a rendição das forças de ocupação, Stálin foi surpreendido por uma resistência, que conseguiu abastecer durante 11 meses a área bloqueada.

Com a suspensão do cerco de Stálin em maio de 1949 de forma diplomática, surgiram a República Federal da Alemanha e a República Democrática Alemã, consolidando a divisão do país.

O Muro de Berlim

Berlim ocidental se transformou num enclave capitalista em território inimigo. Vitrine privilegiada da economia ocidental, atraiu centenas de cidadãos orientais que arriscavam a vida para alcançar o outro lado.

Decididos a conter o fluxo de refugiados, os comunistas começaram a erguer o Muro de Berlim em 13 de agosto de 1961. O muro era formado por duas barreiras de concreto de 2,40m, cercas de arame farpado com armadilhas e torres de guarda. O muro separou amigos, famílias e uma nação. Na tentativa de buscar melhores condições do outro lado da barreira, dezenas de pessoas foram mortas por soldados que tinham ordem de atirar.

A queda do muro não dependeu de nenhuma ordem oficial, apenas o desejo latente e cada vez maior de liberdade, união e reencontro, além do enfraquecimento dos regimes socialistas. Um mal-entendido em relação a um comunicado oficial do governo da Alemanha Oriental, somado às pressões políticas e sociais externas e internas, provocou a derrubada do Muro de Berlim.

Reunificada oficialmente em outubro de 90, a Alemanha rica e próspera luta ainda hoje para superar a desigualdade existente entre ossies (orientais) e wessies (ocidentais).
Fonte: www.educacao.uol.com.br

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Frases: A Guerra

“A política é uma guerra sem derramamento de sangue, e a guerra uma política com derramamento de sangue.” Mao-tse Tung

“A maneira mais rápida de acabar com uma guerra é perdê-la. ” George Orwell

“Não sei com que armas a III Guerra Mundial será lutada. Mas a IV Guerra Mundial será lutada com paus e pedras.” Albert Einstein , sobre as conseqüências do uso da bomba atômica.

“A espada deles se tornará nosso arado, e das lágrimas da guerra o alimento para as futuras gerações crescerá.” Adolf Hitler

"O amor é como a guerra; fácil de começar, e muito difícil de terminar."  Ninon de Lenclos

“Idéias são mais poderosas que armas. Não permitimos que nossos inimigos portem armas, por que deveríamos permitir idéias?”  Joseh Stalin

“Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem.” Jean-Paul Sartre

“Nunca houve uma guerra boa nem uma paz ruim.” Benjamim Franklin

“Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada.” Otto Von Bismarck

“Um prisioneiro de guerra é um homem que tentou matá-lo, não conseguiu e agora implora para que você não o mate.” Winston Churchill

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Olímpiada Nacional de História do Brasil

 
A 2ª Olimpíada Nacional de História do Brasil está com inscrições abertas até o dia 6 de agosto. Podem participar estudantes matriculados no ensino médio ou nos dois últimos anos do ensino fundamental.
As equipes devem ser compostas por três estudantes e um professor de história que enfrentarão cinco fases on-line e uma presencial. A primeira fase está agendada para o dia 19 de agosto, nascimento do jornalista e historiador Joaquim Nabuco e oficializada como o Dia Nacional do Historiador.
As demais fases serão nos dias 26 de agosto, 2, 9 e 16 de setembro e 23 e 24 de outubro.
A taxa de inscrição, de valor único para toda a equipe, é de R$ 15 para os grupos de escolas públicas e R$ 35 para as equipes das escolas particulares.
O formulário de inscrição e o boleto de pagamento estão disponíveis no site do Museu Exploratório de Ciências da Universidade Estadual de Campinas (MC-Unicamp): www.mc.unicamp.br/2-olimpiada.

Primeira Guerra Mundial e algumas das suas várias motivações.


Trincheiras profundas

A Primeira Guerra Mundial foi o resultado de quatro décadas de tensão

por Fábio Marton

Os tiros que mudaram os rumos do mundo: o jovem terrorista Gavrilo Princip executa o arquiduque e Sofia em Sarajevo
Parece difícil entender como o assassinato de um nobre austríaco foi capaz de detonar o maior confronto militar que o mundo tinha visto até então. Entre agosto de 1914 e novembro de 1918, 65 milhões de soldados pegaram em armas, com um saldo de aproximadamente 10 milhões de mortos e 20 milhões de feridos. Quando acabou a Primeira Guerra Mundial, há mais de 90 anos, quatro grandes impérios (o Alemão, o Austro-Húngaro, o Russo e o Turco-Otomano) estavam destruídos. Depois de 1918, o mapa da Europa nunca mais seria o mesmo.

Na verdade, o tiro que acertou a jugular do arquiduque Francisco Ferdinando (1863-1914) foi só o estopim que detonou 40 anos de tensões. Desde 1871, quando os alemães ocuparam a França, o mundo começou a ficar pequeno para as pretensões territoriais das grandes potências, que brigavam por terras na Europa e na África.
A situação, que era instável, degringolou de vez quando sérias disputas na região dos Bálcãs jogaram o Império Austro-Húngaro e seus aliados germânicos contra a Rússia e a França. Parecia impossível solucionar todas as pendências políticas sem pegar em armas. Começava então um conflito que os analistas da época chamavam, com otimismo, de “a guerra para acabar com todas as guerras”.

O CAMINHO PARA A DETONAÇÃO
Os acordos e incidentes que antecederam o conflito

10 de maio de 1871 - Surge a alemanha

Liderados por Otto von Bismarck (1815-1898), os estados germânicos vencem a França. A Guerra Franco-Prussiana provoca a unificação do Império Alemão, também chamado de Segundo Reich. O acordo de rendição tira dos franceses os territórios da Alsácia e da Lorena.

7 de outubro - Tríplice Aliança

O Império Austro-Húngaro, fundado em 1867 graças a um acordo entre as nobrezas austríaca e húngara, faz uma aliança com o Império Alemão. O acordo prevê ajuda militar mútua caso um dos dois países fosse atacado pela Rússia. Em 1882, a Itália se junta aos dois países e forma a Tríplice Aliança.

1890 - Mudança de lado

O governo russo deixa de renovar um acordo com a Alemanha, que previa que os dois países não entrariam em guerra. Em 17 de agosto de 1892, Rússia e França assinam um acordo de defesa mútua contra a Tríplice Aliança.

1905 - Roteiro de guerra

O marechal germânico Alfred von Schlieffen (1833-1913) cria um plano detalhado de ataque militar. Ele prevê que a Alemanha declare guerra primeiro, e que rapidamente ocupe a Bélgica e depois a França, tudo isso antes que a Rússia se organizasse e abrisse uma segunda frente de batalha. Em 1914, a programação seria cumprida à risca.

3 de outubro de 1906 - Evolução militar

A Inglaterra lança ao mar o HMS Dreadnought, um navio tão poderoso que, depois dele, embarcações militares são classificadas em “pré-dreadnought” ou “pós-dreadnought”.

31 de agosto de 1907 - Tríplice Entente

Em março de 1905, o kaiser Guilherme II (1859-1941), que havia se tornado imperador alemão em 1888, oferece a Marrocos ajuda contra a França. Seu objetivo era pressionar a Inglaterra a se afastar da influência de Paris e de Moscou. Mas o resultado é o oposto, e o Reino Unido se une à França e à Rússia para formar a Tríplice Entente.

6 de outubro de 1908 - Fator sérvia

Um dia após a Bulgária declarar independência, o Império Austro-Húngaro anuncia a anexação da vizinha Bósnia. As relações com a Sérvia se tornam tensas. A situação se agrava na medida em que a Rússia se aproxima dos sérvios.

28 de outubro de 1908 - Loucos como lebres

Em entrevista ao jornal britânico Daily Telegraph, o kaiser Guilherme II diz que é um “amigo da Inglaterra”. Mas também afirma que os ingleses são “loucos, loucos, loucos como lebres em março”. A frase repercutiu mal entre os líderes da Inglaterra.

18 de fevereiro de 1913 - Retórica guerreira

A França elege Raymond Poincaré (1860-1934) para presidente. Dotado de inflamada retórica antialemã, ele repete em seus discursos que a Alsácia e a Lorena precisam ser recuperadas. Poincaré cria o Plano XVII, a versão francesa do Plano Schlieffen.

18 de julho de 1913 - Fator sérvia, de novo

Termina a Segunda Guerra Balcânica, em que Sérvia, Grécia e Romênia lutaram contra a Bulgária por causa da divisão do território que os quatro países haviam conquistado na Macedônia. O conflito transforma o pequeno reino da Sérvia em uma potência local.

28 de junho de 1914 - O primeiro tiro
Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, é morto em Sarajevo por conspiradores sérvios. Um mês depois, o Império invade a Sérvia. Seguem-se várias declarações de guerra, até que, em 6 de agosto, o continente inteiro está envolvido. Estão abertas as portas do inferno.
Fonte: http://www.historia.abril.com.br

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